terça-feira, 28 de julho de 2009

Os contadores de histórias




“A tradição africana vive da palavra. São as palavras cantadas que ensinam, são as palavras contadas que criam os valores e motivam para o trabalho, para a luta ou para a festa; são palavras vivas na boca dos velhos contadores de histórias, recriando o mundo à medida da imaginação e da arte. Uma herança viva da ancestralidade”.

Através das histórias se conserva a sabedoria e o conhecimento através de gerações. A narração oral da história foi aspecto essencial para que se conservasse a tradição dos mitos e das lendas das culturas tribais e nativas.

Os contadores de história criam um vínculo, uma ponte entre os ensinamentos tradicionais e o momento presente, mantendo a herança da identidade que serve de suporte para as tradições culturais, étnicas e religiosas.

Há muito tempo na África, todas as comunidades e culturas tribais tinham seus contadores de histórias - homens, tradicionalmente; mas havia também mulheres. Os requisitos principais para ser um contador de histórias era dedicar-se a conhecer as histórias de sua comunidade, dos seus ancestrais, da mitologia, da cosmologia e, naturalmente, ter dons espirituais e de oratória aceito pelos Anciões.

Todo contador de história na África não só tem que tornar o ato de contar histórias um hábito de diversão, mas também, através delas, ensinar as crianças e os jovens a aplicar os ensinamentos dessas histórias em sua própria vida e a perpetuar as tradições da oralidade.

Um comentário:

  1. Nádia, acho que minha cabeça está andando na "contra-mão" do mundo. Do modo que se aprende hoje, na maioria dos estabelecimentos, é um aprendizado rumo ao vestibular. Algo decorado e não, "entendível"(acabei de inventar essa palavra). Se fosse assim (como os contadores...):

    "Todo contador de história na África não só tem que tornar o ato de contar histórias um hábito de diversão, mas também, através delas, ensinar as crianças e os jovens a aplicar os ensinamentos dessas histórias em sua própria vida e a perpetuar as tradições da oralidade".

    Seria mais simples, interessante, mostraria ao brasileiro de onde ele vem, mostraria a verdadeira história do Brasil e criaríamos uma geração cheia de patriotismo (hoje em falta).
    Enfim, com toda a lavagem cerebral pronta para o hoje, não é possível mudar tudo em menos de uns 100 anos. Acho que não dá pra eu ver isso acontecer. Paro de filosofar e caio na real...
    Um afro-beijinho carinhoso. Manoel.

    PS: Vou aprender muito aquí. Adorei isso tudo. Posso não comentar todos os artigos, mas vou ler todos e antecipadamente a parabenizo pela excelente cultura existente nessa sua cabecinha.
    Bjus. Manoel.

    ResponderExcluir